Muitas pessoas ainda tem receios relacionados à anestesia. Em alguns casos, o medo chega a causar impactos prejudiciais ao tratamento de um paciente. E é sobre isso, que falaremos neste artigo.
Mas primeiro, queremos tranquilizar você sobre quem aplica a anestesia. É o anestesiologista, um médico que cursou seis anos de faculdade e fez uma especialização ou residência em anestesiologia.
É também esse especialista que irá te acompanhar durante a cirurgia e depois dela, monitorando todos os seus sinais e funções vitais.
Então, saiba que, mesmo sem você perceber ou lembrar de nada, esse profissional estará ao seu lado, exclusivamente para acompanhar e garantir sua segurança.
Dito isso, se você ainda tem questões que gostaria de esclarecer, antes de se submeter ao procedimento anestésico, respondemos as 15 dúvidas mais comuns relacionadas ao procedimento. Leia até o fim!
1 – Quais são os tipos de anestesia?
Existem atualmente quatro tipos de procedimentos anestésicos: local, regional, geral e sedação. Veja a seguir qual a diferença. Mas, antes de falarmos sobre cada uma delas, vamos entender qual o objetivo do procedimento anestésico.
Os princípios da anestesia são: analgesia (tirar a dor); amnésia e imobilidade. Quando são necessários. Além disso, é responsável pela manutenção de todos os parâmetros vitais do paciente, inclusive, quando necessário, com ajuda de equipamentos e exames laboratoriais.
Os tipos de anestesia podem ser combinados: anestesia geral + bloqueio; geral + local
Sob o efeito de uma anestesia geral, você estará dormindo. Ela age basicamente no cérebro, onde irá bloquear o estímulo doloroso. Isso é feito através da administração de medicações venosas e/ou inalatórias. Anestesia geral são de 3 tipos: inalatória, venosa ou balanceada (combinação das duas).
Na anestesia regional, você poderá ficar dormindo ou acordado, conforme a conveniência do caso. É utilizado um anestésico local que irá bloquear a transmissão do impulso do nervo para o cérebro.
Já a anestesia local consiste em administrar um anestésico diretamente na área a ser operada.
A sedação por sua vez, é um termo difícil de ser definido. Trata-se normalmente de uma anestesia geral superficial, podendo ser mais profunda quando necessário, se tornando a anestesia geral. Ela utiliza-se anestésicos venosos que irão reduzir o nível de consciência do paciente, semelhante a um sono.
2 – Em quais casos cada uma das anestesias são utilizadas?
O procedimento anestésico deve ser sempre individualizado de acordo com o procedimento e o paciente. Dessa maneira, veja a seguir em quais casos cada uma das anestesias é utilizada.
A anestesia local é aplicada em uma região muito específica do corpo, ela não compromete a consciência e é usada em cirurgias pequenas como procedimentos dentários, cirurgia do olho, nariz ou garganta. A anestesia local também pode ser usada em conjunto com outra anestesia, como a regional ou de sedação.
Para procedimentos videoloparoscópicos, como a cirurgia de retirada de vesícula, utiliza-se a anestesia geral. Nela, são administrados medicamentos anestésicos que sedam a pessoa profundamente, para que a cirurgia realizada não provoque qualquer dor ou desconforto.
A anestesia regional é usada quando existe a necessidade de anestesiar apenas uma parte do corpo, como por exemplo, um braço ou uma perna.
Já a anestesia de sedação é muito utilizada para procedimento diagnóstico, como colonoscopia. Ela é administrada por via intravenosa e é geralmente usada em associação com uma anestesia regional ou local, de forma a aumentar o conforto da pessoa.
3 – Como a anestesia funciona no corpo?
Como vimos no tópico anterior, existem 4 tipos de anestesia, logo, elas reagem de formas distintas no organismo .
A anestesia geral age no cérebro, onde o anestésico bloquea o estímulo doloroso. Esse processo faz o paciente perder a consciência em poucos segundos. A seguir, pode ser feita ou não o processo de intubação, a depender do porte cirúrgico ou local a ser operado. Após isso, a anestesia é administrada de forma que se mantenha até a fase final da cirurgia.
Já a anestesia regional age no nervo, onde o anestésico bloquea a passagem do estímulo doloroso até o cérebro. Após o bloqueio anestésico, o paciente recebe algum tipo de sedação leve para suportar melhor a cirurgia acordado.
Na anestesia local é feita uma infiltração de um anestésico local na área a ser operada, com sedação ou não do paciente.
A anestesia de sedação pode ser em três níveis: leve, em que a pessoa está relaxada mas acordada, podendo responder a perguntas do médico. Moderada, em que o paciente dorme durante o procedimento, mas pode ser acordada facilmente quando se faz uma pergunta. Ou profunda, o paciente dorme durante todo o procedimento,e não se lembra do que se passou desde que foi administrada a anestesia.
Abaixo, veremos as drogas usadas no processo anestésico. Confira a seguir!
4 – Quais são os tipos de drogas utilizadas nas anestesias?
O anestesista é treinado para utilizar uma grande variedade de medicações. Dentre as mais utilizadas estão os sedativos ( Midazolam e Propofol, por exemplo ), opióides, bloqueadores neuromusculares, agentes inalatórios, analgésicos, vasopressores e medicações para náuseas e vômitos.
5 – Quanto tempo dura geralmente uma anestesia?
O tempo de duração do efeito da anestesia no organismo dependerá de qual tipo foi utilizado.
Na anestesia geral, por exemplo, mantém-se uma infusão contínua de anestésicos que permite um despertar programado de acordo com a duração do procedimento realizado.
Em contrapartida, na anestesia regional é possível diferentes tempos de duração de acordo com a dose administrada.
6 – Quais os cuidados o paciente deve tomar antes de passar pelo procedimento anestésico?
É muito importante que o paciente tenha a oportunidade de realizar uma avaliação pré-anestésica (APA) antes da anestesia.
Essa avaliação é uma consulta médica onde o anestesista irá realizar uma série de perguntas, conferir exames, se necessário, e examinar o paciente.
Além disso, esse é um ótimo momento para tirar dúvidas sobre o procedimento anestésico e realizar orientações sobre jejum, manutenção ou suspensão de medicamentos, entre tantos outros assuntos.
7 – O que acontece após o procedimento anestésico?
Terminado o procedimento cirúrgico, o anestesiologista irá programar o despertar desse paciente para que ele seja encaminhado para sala de recuperação da anestesia.
No caso de uma anestesia geral, por exemplo, os anestésicos são desligados para que o paciente desperte.
8 – Quanto tempo leva para o efeito da anestesia passar?
São utilizadas medicações que permitem uma recuperação mais rápida da anestesia. Porém, em alguns casos, é interessante o uso de anestésicos que tenham uma duração mais prolongada para controlar a dor sem influência no despertar e alta do paciente.
9 – Quais são os cuidados no pós?
Após o procedimento anestésico, o paciente é encaminhado para a sala de recuperação de anestesia, onde ficará em observação. .
10 – Qual a importância de passar pelo anestesista antes de uma cirurgia?
Como vimos anteriormente, um dos objetivos da avaliação pré-anestésica (APA) é reduzir os riscos de complicações e desfechos desfavoráveis relacionados ao procedimento.
Nesse contexto, a APA permite ao anestesiologista conhecer melhor a condição clínica do paciente e, com isso, programar de forma mais adequada e segura o manejo anestésico
A APA também é um momento importante para o paciente tirar suas dúvidas e receber orientações em relação ao tipo de anestesia, jejum pré-operatório e orientações gerais.
11 – Quais são os principais riscos da anestesia?
Embora os riscos relacionados à anestesia sejam raros, eles podem ocorrer. As complicações geralmente são cardiovasculares, respiratórias e alérgicas.
12 – Existe o risco da anestesia acabar antes do fim da cirurgia?
Antes de cada anestesia o anestesista programa, junto com a equipe cirúrgica, a melhor técnica para aquele paciente. Embora seja uma evento incomum, caso haja algum indício de desconforto do paciente, o médico irá agir prontamente para manter o paciente anestesiado e confortável durante toda a cirurgia.
13 – O anestesista da consulta será o mesmo do centro cirúrgico?
O anestesiologista que fará a avaliação pré-anestésica pode não ser o mesmo que irá realizar o ato anestésico no dia do procedimento.
14 – Por que às vezes a anestesia não “pega”?
Isso geralmente acontece associado a anestesia local ou regional. Dentre as possíveis causas estão infecção ou inflamação no local da anestesia ou alterações genéticas.
15 – Existem contraindicações para as anestesias?
Não há uma contraindicação formal para anestesia. Deve-se sempre realizar avaliação criteriosa do estado e gravidade do paciente e a complexidade do procedimento cirúrgico proposto para minimizar os riscos.
Gostou de entender mais sobre anestesia? Esperamos que sim! Aproveite para ler, também, o texto “Como fazer cirurgia eletiva sem ter um plano de saúde?”.